O acesso à informação, o diagnóstico correto e o respeito a individualidade são essenciais para se entender e, sobretudo, promover a inclusão das pessoas com deficiência, apontaram, no último dia 12, Alessandra Trigo Alves – sócia da Pedalando pela Diversidade Desenvolvimento Humano Ltda., e o professor da Fundação Dom Cabral, Thierry Cintra Marcondes – especialista em Diversidade, Acessibilidade, Inovação e ESG. Os dois participaram do webinar “Inovação e Diversidade: o poder da Inclusão de Pessoas com Deficiência no Mundo do Trabalho” promovido pela ABAPI e sob a moderação da Diretora de Diversidade, Renata Shaw,
Um diagnóstico correto da própria deficiência e a percepção da sociedade da individualidade é o melhor caminho para a inclusão da pessoa com deficiência no mercado de trabalho, disse Alessandra Trigo, ela mesma portadora de uma deficiência física. “Cada um de nós é único, por que a sociedade nos coloca em caixinhas?”, questionou. “Perguntar o que eu preciso é saber o que eu tenho de melhor para oferecer, isso faz com que a inclusão aconteça naturalmente”.
Para Alessandra, no ambiente corporativo a responsabilidade de inclusão não é só do líder. “A responsabilidade é de todos, cada um tem que participar, seja dentro da comunidade ou da empresa, plantar sua sementinha para ir mudando esta cultura de desconhecimento”, disse. Ela destacou a importância da legislação (Estatuto da Pessoa com Deficiência, Lei Brasileira de Inclusão: Lei nº 13.146/2015) e a Lei de Acessibilidade: Lei nº 10.098/2000) e de se impor, “pelo amor e pela empatia” o que não se consegue naturalmente. “Com o tempo a sociedade percebe a beleza da inclusão”, acrescentou.
O diagnóstico, considera Marcondes, portador de deficiência auditiva, é o primeiro passo para a inclusão. “O diagnóstico tira o medo de não saber o que se tem, e quando você sabe, conhece os seus limites, o céu é o limite, você consegue fazer muita coisa, se superar, transformar o mundo”, disse. Para o professor, a evolução do processo de inclusão da pessoa com deficiência, tanto no mercado corporativo, como na sociedade em geral, para gerar impacto inovador, depende de informação, inspiração e pertencimento. “Quando se dá autonomia para uma pessoa ela se desenvolve, seja como empresário, empreendedor, tem voz ativa e segurança para executar serviços e construir novos. “A noção de pertencimento é ter segurança psicológica para atuar profissionalmente”, disse.
Marcondes citou o que considera os três os pilares da inclusão da pessoa com deficiência: cultural, que se estabelece por meios de acessibilidade amistosa, de acolhimento, por exemplo, de linguagem e ambiente; dispositivo, que garante segurança por meio de equipamentos adequados; e tecnologia, como facilitador de acesso em reuniões virtuais e outros meios.
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